A corrida contra o tempo dos brigadistas na Ilha do Bananal, ao sul do Tocantins, não é para apagar o fogo, mas salvar centenas de pirarucus que estão morrendo por causa da seca. Na ilha, os peixes ficam presos nas milhares de lagoas que se formaram por causa da estiagem. A missão dos brigadistas indígenas é resgatar os peixes que podem entrar em extinção.
“A gente se deparou com o lago e o lago estava completamente cheio de peixes morrendo. Você olhava para dentro do lago e via os peixes com as cabeças de fora procurando oxigênio. E é uma imagem chocante. A gente pega, para e diz ‘e agora o que vamos fazer’?”, disse o gerente Pedro Paula da Silva Gomes.
Após o resgate, os peixes são transportados em um tanque na carroceria de uma camionete, depois são devolvidos para um rio mais próximo. Em uma semana, mais de 300 foram salvos. “Se não tiver acompanhamento, pode faltar pirarucu na ilha deles igual em outros estados, onde o pirarucu já está em extinção. Aqui a gente tem uma abundância grande, mas se não for feito este trabalho, pode ser um risco”, alertou o superintendente do Ibama, Flávio Silveira.
No período de chuva, metade dos 20 mil quilômetros quadrados da Ilha do Bananal fica debaixo d’água. Com a estiagem mais de três mil lagoas se formaram. São tantas, que nem sempre o socorro chega a tempo. Em alguns locais de difícil acesso, onde a água era abundante, é possível ver as carcaças dos peixes.
Fonte: G1