Centenas de organizações não governamentais e entidades ambientalistas pediram à ONU regras claras nos aportes dos países a um Fundo Verde para o Clima, assim que o Japão anunciou subsídios a indústrias com baixo carbono.
A petição, assinada por mais de 250 organizações que intervêm em países em desenvolvimento, solicita uma “lista de exclusão” daqueles projetos que não usam energia limpa e geram alto impacto ambiental.
“Pedimos para que se adote uma ‘lista de exclusão’ como parte das políticas de meio ambiente do Fundo Verde para o Clima”, destacou o comunicado das ONGs, emitido durante a conferência climática (COP20) celebrada em Lima.
“Financiar o uso de combustíveis fósseis ou de energias nocivas através do Fundo Verde é inaceitável”, acrescentaram as entidades na petição enviada ao Comitê da ONU para o Fundo Verde.
Em novembro, o Japão se comprometeu a fazer um aporte de US$ 1,5 bilhão para o Fundo Verde para o Clima, que inclui subsídios econômicos para indústrias de baixa emissão de carbono, denunciaram as ONGs.
“As energias sujas estão envenenando o clima e as comunidades locais. É essencial que o financiamento climático seja usado para transformar o sistema energético ao invés de financiar projetos que agravem as mudanças climáticas”, disse Godwin Ojo, diretor na Nigéria da organização Ação para os Direitos Ambientais, uma das entidades que assinou a petição em Lima.
O financiamento do Fundo Verde funcionará “só com regras claras que assegurem que os países possam responder e mostrar de forma transparente aonde destinam o dinheiro”, afirmou Kelly Dent, da organização Oxfam.
A Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) pediu uma capitalização inicial do Fundo Verde de 10 bilhões de dólares até o final deste ano.
As negociações em Lima devem estabelecer as bases para se alcançar um pacto mundial para enfrentar o aquecimento global em 2015, em Paris.
A União Europeia indicou que as informações necessárias relativas aos aportes ao Fundo Verde e outras questões financeiras não serão resolvidas nas negociações da COP20, em Lima.
“No geral, a forma como os aspectos financeiros se ajustarão no acordo de 2015 não é algo que vá ser resolvido aqui em Lima, mas um processo que se desenvolverá no ano que vem”, esclareceu a chefe da delegação da UE na COP20, Elina Bardram, durante uma coletiva de imprensa.
Fonte: Terra