Brasil leiloa sua maior reserva de petróleo em meio a protestos

O Brasil leiloa nesta segunda-feira sua maior reserva de petróleo em meio a choques entre manifestantes e policiais: o campo de Libra, localizado 5km sob a superfície do mar, poderá produzir 1,4 milhão de barris diários, mais da metade da produção atual do país.

Um grupo de 200 manifestantes, em sua maioria sindicalistas que denunciam a "privatização" do setor de petróleo, derrubou na manhã desta segunda-feira uma barreira de segurança nas imediações do hotel onde será realizado o leilão e foi dispersado pela polícia com gases lacrimogêneos e balas de borracha, constatou a AFP. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia.

Cerca de 50 encapuzados arrancaram tapumes de alumínio de uma construção para utilizar como escudo e lançaram pedras contra as forças de segurança.

Sinais de trânsito foram destruídos e lixo foi queimado na rua. Dois veículos das redes de televisão Bandeirantes e Record foram depredados.

Com um carro de som, um porta-voz dos sindicatos petroleiros dizia que as forças de segurança lançavam as bombas de gás contras as pessoas erradas. "Deveriam lançá-las dentro desse hotel, onde se vende o petróleo do país", afirmava.

Em meio aos confrontos, várias pessoas seguiam aproveitando o dia de praia a poucos metros do hotel, enquanto vários executivos de terno e gravata entravam no hotel esfregando os olhos devido aos efeitos do gás.

Cerca de 1.100 militares e policiais e dois barcos da Marinha ancorados em frente ao hotel garantem a segurança do leilão.

O gigantesco campo de 1.500 km², situado na bacia de Santos, a 183 km da costa do Rio de Janeiro, tem reservas provadas de entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo.

Em cinco anos, sua produção poderá alcançar um máximo de 1,4 milhão de b/d, segundo as autoridades brasileiras.

Este será o primeiro leilão de um campo do "pré-sal", as gigantescas jazidas em águas ultraprofundas brasileiras descobertas a partir de 2007, sob um regime que concede à Petrobras uma participação obrigatória mínima de 30% na concessão.

Este modelo, aprovado em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, busca que o Estado obtenha mais dinheiro do petróleo para destiná-lo à educação e à saúde.

Quem será o vencedor?

A Agência Nacional de Petróleo (ANP, estatal), proprietária do campo, leiloa nesta segunda-feira os 70% restantes, pelo qual a Petrobras também pode ofertar sozinha ou associada a outras empresas.

O vencedor do leilão será a empresa ou consórcio de no máximo de cinco empresas que outorgue mais petróleo ao Estado, a partir de um mínimo de 41,65% da produção do campo.

Os vencedores, que terão a concessão do campo durante 35 anos, deverão pagar, além disso, ao Estado um bônus de 15 bilhões de reais.

Apenas 11 empresas mostraram forte interesse no leilão, mas nem todas disputarão o campo, incluindo a espanhola Repsol, que desistiu.

As favoritas, segundo analistas, serão as empresas chinesas, como a China National Corporation (CNPC) e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC).

"O mercado aposta que as companhias asiáticas sejam as vedetes deste leilão porque as 'majors', as grandes companhias norte-americanas, não participam. Se contentarão em observar o que acontece", disse à AFP, Carlos Assis, do Centro de Energia e Recursos Naturais de Ernst&Young.

"A expectativa dos mercados é que as empresas chinesas proponham pelo menos 50% do petróleo produzido" ao governo brasileiro, disse Assis à AFP.

As britânicas BP e BG, assim como a norte-americana ExxonMobil, das maiores do mundo, não mostraram interesse no leilão, devido às incertezas da economia mundial, o alto valor do bônus a pagar e um regime de concessão não atrativo o suficiente, segundo analistas.

A gigantesca jazida, cuja complicada exploração requererá entre 12 e 15 plataformas, trará investimentos de 180 bilhões de dólares nos próximos 35 anos, considerou recentemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Em 30 anos, o campo de Libra pode oferecer um retorno de 900 milhões de reais, segundo a diretora da ANP, Magda Chambriard.

A Federação Única de Trabalhadores de Petróleo (FUP), a qual estão afiliados a maioria dos trabalhadores da Petrobras e que reúne os 12 sindicatos do setor, reivindica a "suspensão imediata" do leilão e iniciou na quinta-feira uma greve ilimitada.

"Não estamos privatizando o petróleo do pré-sal, ao contrário, estamos nos apropriando desta riqueza imensa que se encontra sob o mar", declarou no sábado o ministro de Energia, Edison Lobão.

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