O governo de Barack Obama enviou à ONU nesta quarta-feira (16) uma estratégia para “descarbonizar” a economia até 2050, com um roteiro detalhado para alcançar uma ambiciosa redução de 80% das emissões em relação aos níveis de 2005.
A entrega deste documento estratégico à convenção de mudança climática da ONU aconteceu durante o discurso do secretário de Estado americano, John Kerry, na Cúpula do Clima da cidade marroquina de Marrakech (COP22) e foi divulgado no site da entidade minutos depois.
Os EUA se tornam assim no segundo país, após a Alemanha, a entregar à ONU um “roteiro” de descarbonização para 2050, um dos deveres que o Acordo de Paris pede às partes.
O roteiro americano para a descarbonização foi preparado pelo Departamento de Mudança Climática do governo de Obama, com a colaboração de pesquisadores dos departamentos de energia das mais prestigiadas universidades dos EUA.
No documento, de 111 páginas, são detalhadas medidas em três âmbitos para alcançar a descarbonização. Por um lado, é abordada a redução de emissões do sistema elétrico, do transporte, da agricultura, dos resíduos e da construção. Por outro, é mencionado como aumentar o sequestro de carbono por de florestas e solos, e finalmente se especifica como diminuir as emissões de CO2 (metano ou gases fluorados).
O objetivo final é ter uma redução de emissões de “pelo menos” 80% em 2050 com base nos níveis de 2005, em consonância com a meta de “neutralidade climática” na segunda metade do século, como propõe o Acordo de Paris, de modo que não se emita mais do que o planeta pode absorver por mecanismos naturais.
Atualmente, os Estados Unidos têm em andamento um compromisso de redução de 17% das emissões em 2020 e de 26% a 28% em 2030, em ambos os casos com base nos níveis de 2005, como afirma o documento.
O chefe do departamento de mudança climática da ONU, Jonathan Pershing reconheceu em declarações à imprensa em Marrakech que este plano ainda não foi debatido com a equipe do presidente eleito, o republicano Donald Trump, que ainda não nomeou os responsáveis pela transição de governo nesta matéria.
(Fonte: Terra)