Cinco anos após a descoberta do pré-sal, as reservas de petróleo a grandes profundidades, o Brasil oferece em concessão, nesta terça e na quarta-feira, 289 blocos de petróleo situados na "nova fronteira" inexplorada do norte e nordeste do país, que despertam o apetite de dezenas de empresas.
No total, 64 empresas de 21 países dos cinco continentes disputarão esses blocos, com reservas estimadas de 9,1 bilhões de barris, durante a primeira licitação organizada no Brasil desde 2008 pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Esta 11ª licitação "é um evento importante porque o setor estava paralisado desde 2008-2009", disse o especialista em petróleo Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura do Rio de Janeiro.
O Brasil busca compensar o atraso acumulado desde a descoberta, em 2008, de imensas reservas em águas ultra profundas na costa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A descoberta do pré-sal, com reservas estimadas de 40 bilhões de barris, caso sejam confirmadas e exploradas, transformarão o Brasil em um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Essa perspectiva gerou um intenso debate sobre como a indústria nacional pode aproveitar melhor essas descobertas e como dividir os royalties.
O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) respondeu à primeira pergunta com uma lei votada em 2010 que transformou a Petrobras na única operadora dos blocos pré-sal, nos quais sua participação deve ser de pelo menos 30%.
Cinco anos depois, a polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo, complicada pela proximidade das eleições presidenciais de 2014, ainda não foi resolvida. "Agora, o governo compreendeu que é fundamental ter uma série de investimentos de empresas de petróleo estrangeiras e brasileiras para o crescimento econômico", disse Pires.
Um dos motivos é que, nos últimos meses, muito dinheiro foi perdido com a Petrobras, que teve seu lucro afetado pelo preço controlado da gasolina e do diesel no país e pela queda de sua produção.
Fonte: Exame.com